sexta-feira, 26 de março de 2010

La Statale 17 & Emphasis - Rock Scene 1978

É um álbum um pouco tardio feito por duas bandas juntas (ver referencias abaixo). Atrais desta capa horrível se encontra um álbum bom de se escutar. Não é tão Progressivo nem tão bom quanto aos demais álbuns postados aqui, tanto pelo estilo deles quanto pela época em que foi produzido. Mas nos apresenta um rock muito bem produzido, diferenciado por elementos de jazz e progressivo italiano. O problema dele é sua inconsistência, há algumas (na verdade varias) músicas nele bastante chatas. A música Miracolo é minha preferida. O mais interessante deste álbum é questionarmos o valor do novo. Uma coisa devemos concordar, ele não tem nada de novo, reproduz o que foi feito no início da década de 70 com timbres mais eletrônicos que nem gosto tanto (ele lembra um pouco o famoso álbum do Bacamarte). Podemos considerar o fato de algo ser uma novidade um elemento que mede seu valor? Penso que não. O novo por ele mesmo não significa absolutamente nada. Talvez podemos atribuir à bandas extremamente originais um valor histórico-social, mas isso não altera em nada o valor de sua música. Se se quer atribuir valor à novidade, deve-se também estar disposto à defender conclusões tão absurdas como o fato da determinação do valor de uma música depender da localização cronológica de uma outra música; ou que o descobrimento ou o esquecimento de uma música possa alterar no valor de outras músicas. O quero mostrar com este álbum é que mais vale o modo que se explora um estilo musical do que sua simples criação.


LA STATALE 17 (LP side one)
1. La Piramide del Potere (7:45)
2. La Sfinge (3:33)
3. La Cena delle Ceneri (6:44)
4. Miracolo (5:35)

EMPHASIS (LP side two)
5. Allures Music of Universe (4:40)
6. Eternal Dreams (4:50)
7. Flower (7:23)
8. Voice of Nature (2:25 )

LA STATALE 17
- Paolo Beltrami / keyboards
- Carlo Girardello / guitar
- Paolo Depaoli / bass
- Mario Vitale / drums

EMPHASIS
- Mauro Bazzanella / vocals, flute
- Peter Bozzetta / guitar
- Leo Tutzer / keyboards
- Georg Pedrotti / bass
- Hans Tutzer / drums

sábado, 20 de março de 2010

Gentle Giant - Gentle Giant 1970

Uma super banda de Prog, extremamente autentica e criativa. Sempre considerei Gentle Giant uma banda dos "nerds", uma das últimas bandas de grande carreira que os iniciantes conseguem gostar. No geral, não é uma música difícil de se escutar, as melodias são muito bonitas e inteligíveis, os timbres apesar de originais não são ruidosos e agressivos. Penso que a dificuldade de gostar de uma banda como Gentle Giant é simplesmente por fazerem um som maduro demais. Para ser mais preciso, arriscaria dizer que uso o termo 'maduro' num sentido bem específico: uma despreocupação em que as qualidades da musica seja explicitas. Não é evidente, se não prestarmos bastante atenção, o quanto a música de Gentle Giant é sofisticada, por isso deixamos passar despercebido muito de seu conteúdo enquanto não treinarmos nossos ouvidos. Uma característica muito marcante desta banda é o experimentalismo dos vocais. Eles exploram de forma muito criativa as possibilidades de se utilizar as vozes, não só como normalmente ouvimos alguém cantar, mas como um instrumento a mais. Através dos vocais percebemos também o quanto a harmonia por eles construída é complexa. Outro aspecto que é impressionante é o número de instrumentos utilizados (podem ver nas referencia abaixo). É incrível como eles revezam de instrumentos e capricham na performance nos shows!

1. Giant (6:22)
2. Funny Ways (4:21)
3. Alucard (6:00)
4. Isn't It Quiet And Cold? (3:51)
5. Nothing At All (9:08)
6. Why Not (5:31)
7. The Queen (1:40)

Total Time: 36:57

- Gary Green / lead guitar, 12 string guitar
- Kerry Minnear / keyboard, some bass, cello, lead vocals, backing vocals, some tuned percussion
- Derek Shulman / lead vocals, backing vocals, some bass
- Phil Shulman / sax, trumpet, recorder, lead vocals, backing vocals
- Ray Shulman / most bass, violin, some guitar, percussion, backing vocals
- Martin Smith / drums, percussion

sexta-feira, 19 de março de 2010

Le Orme - Felona e Sorona 1973

Uma das mais bem sucedidos grupos italianos, e permanece ativo até hoje (pelo menos até 2008 com o DVD 'Live in Pennsylvania'). Uma característica que é bem valorizada no rock progressivo, mas particularmente no Le Orme, é o trabalho artístico que acompanha os álbuns. Esta capa, por exemplo, eu acho maravilhosa. 'Felona e Sorona' é, para mim, o melhor álbum da banda. Tem canções lindas, criativas, dinâmica, e muito bem produzidas!


1. Sospesi Nell Íncredibile (In between) (8:43)
2. Felona (1:58)
3. La Solitudine Di Chi Protegge Il Mondo (The maker) (1:57)
4. L'Equilbrio (Web of time) (3:47)
5. Sorona (2:28)
6. Attesa Inerte (The plan) (3:25)
7. Ritratto Di Un Mattino (The Balance) (3:29)
8. All Ínfuori Del Tempo (Return to naught) (4:08)
9. Ritorno Al Nulla (3:34)

Total Time: 33:39

- Aldo Tagliapietra / vocals, bass, guitar
- Toni Pagliuca / keyboards
- Michi Dei Rossi / drums

sábado, 13 de março de 2010

A.R. & Machines - Die Grüne Reise 1971

Um álbum, no mínimo, bastante exótico. A forte identidade do álbum já começa pela arte da capa - umas das minhas favoritas - que, apesar da estranheza e repulsa à primeira vista, o tempo nos ajuda a aceitar e admirar. O som segue a mesma estranha psicodelia com timbres experimentais únicos. O que mais gosto neste álbum é uma rara independência de uma determinação melódica. A harmonia e o ritmo, preenchidos de forma muito criativa, são, neles mesmos, suficientes. Um krautrock experimental muito autentico!


1. Globus (Globe) (2:56)
2. In The Same Boat (2:06)
3. Schönes Babylon (Beautiful Babylon) (5:01)
4. I'll Be Your Singer, You'll Be My Song (Ich Bin Dein Sänger, Du Bist Mein Lied) (2:25)
5. Body (1:57)
6. A Book's Blues (1:39)
7. Als Hätt Ich Das Alles Schon Mal Gesehen (As If I Had Seen All This Before) (5:31)
8. Cosmic Vibrations (4:41)
9. Come On, People (2:53)
10. Wahrheit Und Wahrscheinlichkeit (Truth And Probability) (11:40)

Total time: 40:49


- Achim Reichel / guitar, vocals
- Frank Dostal / lyrics
- Dicky Tarrach / drums
- Hans Lampe / percussion (2)

terça-feira, 9 de março de 2010

Metamorfosi - Inferno 1973

Juntamente com Le Orme e PFM, este foi um dos primeiros grupos italianos que eu realmente gostei. No primeiro contato não compreendi bem a música, e logo procurei conhecer outros álbuns. Mas numa noite, depois de alguns meses, voltei a, descompromissadamente, escutá-lo. Neste momento comecei a admirá-lo loucamente, ele me pareceu um álbum completamente novo, embora não tivesse sido a primeira vez que escutara. Tive que passar algumas semanas me censurando para conhecer novos álbuns e não escutar só "Inferno". Este é um álbum bem progressivo, cantado num italiano muito forte e bonito. O que mais me surpreende neste álbum é como a composição total prevalece sobre os instrumentos tomados individualmente. Embora haja predominância de alguns instrumentos em determinados momentos do álbum, e por horas nos impressionarmos com eles separadamente (o piano, o vocal e a bateria são incríveis), o conceito principal, a dinâmica do álbum, e, principalmente, o valor criativo das canções prevalece sobre as partes. Não saberia julgar se isso é bom ou ruim, mas, pelo menos à princípio, tenderia a responder positivamente. Não precisamos deslocar nossa atenção à uma parte isolada da música para observar algo especial e superior às demais partes, não há um processo de "desvio de atenção" requerido para aproveitar a musica da melhor maneira, ou, melhor, não precisamos extrair, des-cobrir, da música um fragmento mais excelente. Qualquer esforço para além do simples e pleno ouvir é desnecessário.

1. Introduzione (7:51)
2. Porta dell'Inferno (1:20)
3. Caronte (1:19)
4. Spacciatore di droga (6:22)
5. Lussuriosi (3:15)
6. Avari (1:32)
7. Violenti (3:45)
8. Malebolge (1:32)
9. Sfruttatori (5:42)
10. Razzisti (3:25)
11. Lucifero (Politicanti) (2:32)
12. Conclusione (1:37)

Total Time 40:18

- Jimmy Spitaleri / lead vocals, flute
- Enrico Olivieri / keyboards, synth, vocals
- Roberto Turbitosi / guitar, bass guitar, vocals
- Gianluca Herygers / drums, percussions


domingo, 7 de março de 2010

Jane - Together 1972

Esta é a porta de entrada para o progressivo alemão. Por um lado ele é um dos mais expressivos representantes do progressivo alemão; por outro lado não compartilha muitas das características presentes no Krautrock. Como se percebe em bandas como Guru Guru, Amon Düül II, Gila, Birth Control, etc, o krautrock demonstra uma preocupação com um som autentico, longe do "sinfônismo" britânico, mais orientado ao Hard, com um som sujo e seco, e que na maioria dos casos transmite um sentimento de agonia. Jane se distingue porque tenta encontrar um equilíbrio entre duas possibilidades, aparentemente auto-excludentes, de se chegar à uma atmosfera psicodélica: A psicodelia aveludada e ordenada dos britânicos, e uma psicodelia áspera e paranóica dos alemães. De fato consegue muito bem, pelo menos no seu primeiro álbum. Together é um álbum maravilhoso, todo mundo se apaixona ao primeiro contato. Todas as músicas são boas, mas minha preferida é a primeira, ela mudou a direção da minha vida, foi por ela que me concentrei tanto tempo no Krautrock e no progressivo alemão em geral. Não afirmo aqui, no entanto, que Daytime é a melhor musica alemã, de fato não acho isso. Mas ela tem um poder descomunal de surpreender quem a ouve, quem não se espanta e se estremece diante dela transgride toda minha concepção de mundo. Gostar dela é fácil, não precisa se esforçar. Sua estrutura se assemelha muito à "Comfortable Numb", e o curioso é que Daytime antecede, e muito (precisamente 7 anos), a música de Pink Floyd. Os órgãos marcando um movimento circular no refrão da música, o ritmo meio cambaleante e a expressividade e a dinâmica evolutiva do solo de guitarra, são marcantes no Pink Floyd somente a partir de 73, com o "Dark Side".


1. Daytime (8:05)
2. Wind (4:52)
3. Try to find (5:24)
4. Spain (11:53)
5. Together (3:43)
6. Hangman (9:58)

Total Time: 43:55


- Klaus Hess / lead guitar
- Charly Maucher / bass, vocals (4)
- Werner Nadolny / organ, flute (5)
- Peter Panka / drums, percussion (4)
- Bernd Pulst / vocals

O link foi retirado por constranger o DMCA

sábado, 6 de março de 2010

Far Out - Nihonjin 1973

O melhor álbum japonês que conheço, embora confesse conhecer poucos. No entanto, comparar Far Out com seus conterrrâneos não nos levará a lugar nenhum. Digo confiante, sem nenhuma forma de relativismo, que este é um álbum bom. Como conseguir um efeito psicodélico sem usar um órgão aveludado para sustentar a atmosfera contínua e circular da música, como os progressivos sinfônicos fazem; ou, por outro lado, sem usar timbres ruidosos e paranóicos, como o Krautrock faz? Far Out é a resposta para esta pergunta. Nihonjin, o único álbum desta banda, é extremamente simples, mas muito criativo e expressivo. O que mais reparamos no álbum, além da fina psicodelia, é o perfeito bom gosto da banda, percebemos que tudo foi feito com muito cuidado. Sem medo da simplicidade, Far Out produz uma música paciente, sem cometer nenhum tipo de exagero, onde cada instrumento reconhece seu espaço. Isso é raro dentro do rock Progressivo, muitos se perdem numa tendência desmedida à complexidade. A guitarra é simplesmente linda, suave mas firme, extremamente significativa. Enfim, é um álbum que adoro escutar quando quero alterar minha consciência, eliminar meus pensamentos e me acalmar! Dedico este álbum ao aspirante a progressista Felipe!!

1. Too Many People (17:55)
2. Nihonjin (19:52)

Total Time: 37:47

- Fumio Miyashita / vocal, nihonbue, acoustic guitar, harmonica, moog (custom)
- Eiichi Sayu / lead guitar, hammond organ, chorus
- Kei Ishikawa / vocal, bass guitar, electric sitar
- Manami Arai / drums, nihon-daiko, chorus


Em 2000 o álbum foi relançado com sete faixas bônus. Não acompanha a mesma qualidade das músicas originais, mas vale à pena escutar. A simplicidade é abandonada e órgãos também também compõem as músicas.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Murple - Io Sono Murple 1974

Murple é um clássico italiano. Não saberia justificar meu gosto, não acho que este álbum seja tão especial, no entanto, me sinto extremamente bem quando o escuto. Posso afirmar que ele é bonito, simpático, divertido, mas tais qualificações são gerais demais para apreender alguma significação relevante. Por outro lado, posso falar mau dele. É um álbum que se rebaixa a alguns clichês, a dinâmica dela se reduz a um movimento fragmentado, além de haver passagens desinteressantes e enjoativas. No entanto, eu queria de alguma forma defendê-lo, este é um daqueles álbuns que nos surpreendemos com a maneira que determinadas notas ligadas dentro de em intervalo de tempo produz um afeito tão mágico em nós. Minha relação com este álbum é bem peculiar, meu gosto por ele se desenvolveu de modo pouco consciente, sem me preocupar com a qualidade real do álbum. Penso não ser esta uma atitude condenável, mas com certeza prejudica um processo ulterior de julgar o valor do álbum (talvez até de forma negativa). Ainda hoje me surpreendo me admirando com elementos novo na música do Raul Seixas, me conhecendo-o há muito tempo e ter escutado exaustivamente varias de suas músicas. Um gosto deste tipo encobre a inteligibilidade da música. Talves seja este o motivo da minha dificuldade em defender meu gosto. Portanto, me restringirei a afirmar simplesmente que gosto muito dele e que sua música me faz bastante feliz! Espero que o comentário não altere negativamente a curiosidade de escutá-lo.

1. Antartide
2. Metamorfosi
3. Pathos
4. Senza un perché
5. Nessuna scelta
6. Murple rock
7. Preludio e scherzo
8. Tra I filí
9. Variazioni in 6/8
10. Fratello
11. Un mondo cosí
12. Antarplastic

*As músicas estão separadas somente em duas faixas.

01 - Anartide Metamorfosi Pathos
02 - Preludio E Scherzo tra i fili

- Mario Garbarino / bass, bongos, triangle
- Pino Santamarià / lead vocals, guitars, chorus
- Duilio Sorrenti / drums, timbales, gong, tympani
- Pier Carlo Zanco / lead vocals, keyboards, synthesizers, bowed contrabass, chorus

quarta-feira, 3 de março de 2010

Renaissance - Scheherazade & Other Stories 1975

Renaissance é uma excelente banda inglesa com vários bons álbuns, e uma carreira muito ativa e heterogênea. Este é pra mim sua obra-prima, é um álbum extremamente maduro e que ainda transmite muita criatividade. Acho, no entanto, intrigante que Renaissance não atinja o publico em geral. A maioria acha "legal", isso se explica pela leveza e inteligibilidade das músicas, mas poucos reconhecem o verdadeiro valor de Renaissance. Dos que conheço que gostam, são todos adultos. Pensei ulteriormente qual seria exatamente o motivo da proposta estética de Renaissance afetar na grande maioria somente os adultos. Minha resposta se orienta pelo caráter dos jovens: um impulso desmedido por rebeldia, pelo que é diferente, pelo que afronta, incomoda ou inova. Renaissance não possui nada disso, e além de tudo isso, ou precisamente por isso, não oferece aos jovens ouvintes nenhum status e distinção. Para reconhecer, portanto, o valor de Renaissance precisamos nos despir de certas prioridades sociais para aceitar uma estética simples e arcaica.
"Song Of Scheherazade" é, sem dúvida, a principal música de disco. Há aproximadamente dois anos, escrevi num momento inspirado por esta música o motivo de gostar tanto dela. "Primeiramentem ela contém as principais características que se pode esperar de um rock progressivo: tem 24 minutos em dois movimentos, tempo suficiente para penetrar e se purificar no universo criado pela música. Estrutura-se dentro de uma dinâmica perfeita: seu ritmo, sua força e sua complexidade transformam-se nos momentos exatos, com passagens extremamente simples e significativas se entrelaçam à momentos tão intensos e energéticos que seu corpo se percebe frágil e insustentável à tamanha força. Com muita influencia clássica, usa uma orquestras e timbres perfeitamente calculados e adequados. Cada som tem um significado, nada é vão ou por mero acaso. Isso determina à musica uma incrível inteligibilidade. Você consegue, conseqüentemente, estabelecer e preservar uma relação com a música, adentrar sua ordem. Quando se permite permear por esse sentimente, onde tudo está em seu devido lugar, você atinge um estado de tranqüilidade pleno e inesperado. Enquanto escutar a musica ela é seu único universo, ela é tudo que existe e que você precisa." Desconsiderando o exagero sustento ainda que será uma experiência incrível ouvi-la"

1. Trip To The Fair (10:48)
2. The Vultures Fly High (3:07)
3. Ocean Gypsy (7:05)
4. Song Of Scheherazade: (24:52)
a) Fanfare (2:37)
b) The betrayal (4:55)
c) The sultan (2:46)
d) Love theme (2:29)
e) The young prince and princess as told by Scheherazade (4:04)
f) Festival preparations (1:07)
g) Fugue for the sultan (2:12)
h) The festival (2:12)
i) Finale (2:30)

Total Time: 45:52

- John Tout / keyboards, vocals
- Annie Haslam / lead vocals
- Jon Camp / bass, bass pedals, vocals
- Terrence Sullivan / drums, percussion, vocals
- Michael Dunford / acoustic guitars, vocals

terça-feira, 2 de março de 2010

Focus - Focus III 1973

Eu não poderia deixar de postar esse álbum num momento tão importante para a história de Goiânia. Para quem não sabe, a banda Focus virá a Goiânia no dia 04 de março, nesta quinta-feira. Focus é um grupo holandês que se iniciou na década de 70, com o excelente álbum "In and Out of Focus", e até hoje permanece ativo, embora com menos intensidade e qualidade. A música do Focus tem momentos tão melódicos e dramáticos (dramático no sentido de que é exagerado, desmedido, tanto quando expressa tristeza como alegria) que chega a beirar a breguice, ou, se quiserem, até ultrapassar suas fronteiras, mas que faz parte de um todo que também inclui momentos extremamente sofisticados. O Focus mistura melodias melosas com elementos de funk, jazz, música clássica e música holandesa, e isso produz um resultado muito peculiar: um som bastante "Swingado", timbres bem calculados, uma tensão de estilos interna entre os instrumentos, transformações rítmica, harmônicas e temática em músicas de maior duração, a expressão de sentimentos únicos (não saberia dizer quais), uma mistura do caos e da perfeita ordem. Este (Focus III) é sem dúvida o melhor álbum do Focus (temeria talvez privar o primeiro álbum à este título), embora o "Moving Waves (1972)" tenha conquistado maior popularidade. Destaca-se as duas maiores músicas: "Answers? Questions! Questions? Answer!" e "Anonymous Two", que são realmente maravilhosas! Aproveitem, e não percam o show: http://www.bolshoipub.com.br/eventos/04-03-2010

Side 1
1. Round goes the gossip (5:12)
2. Love remembered (2:50)
3. Sylvia (3:31)
4. Carnival fugue (6:09)
Side 2
5. Focus III (6:05)
6. Answers? Questions! Questions? Answers! (14:03)
Side 3
7. Anonymous two (Part 1) (19:28)
Side 4
8. Anonymous two (Conclusion) (7:30)
9. Elspeth of Nottingham (3:15)
10. House of the King (2:23)

Total Time: 67:09

- Jan Akkerman / solo & acoustic guitars
- Bert Ruiter / bass
- Pierre van der Linden / drums
- Thijs van Leer / vocal, organ, piano, Alto, flute piccolo, Harpsichord

segunda-feira, 1 de março de 2010

Guru Guru - UFO 1970

Cuidado, conteúdo não misturável à drogas! Uma das minhas bandas preferidas alemãs, muito difícil de escutar, mas, sem dúvida, uma das bandas que melhor expressam a Alemanha pós-guerra, embora uma grande parte dos grupos alemães expressem este tipo de psicodelia bem peculiar. Guru Guru leva a psicodelia ao extremo, ela se mistura à paranóia, ao tormento, ao desespero como nenhuma outra música. A faixa título, "UFO", é a mais agressiva, composta quase que inteira por ruídos e sem nenhuma melodia bem determinada, sua mente fica livre para voar! Já tive uma experiência fantástica escutando ela: estava deitado num banco da faculdade escutando ela, e no meio dela o ruido da música começou a percorrer todo o meu corpo, meu corpo se liqüefez com as ondas da música e não havia distinção nenhuma do órgão sensitivo que se afetava, meu corpo inteiro escutava a música! Depois percebi que era um avião que passava muito baixou, e com isso tremeu a terra. Mas a sensação de escutar a música de Guru Guru é mais ou menos essa.

1. Stone In (5:43)
2. Girl Call (6:21)
3. Next Time See You At The Dalai Lhama (5:59)
4. Ufo (10:25)
5. Der LSD / Marsch (8:28)

Total Time: 36:56

- Mani Neumeier / percussion, drums, voice, tapes
- Uli Trepte / bass, sounds
- Ax Genrich / guitars